segunda-feira, 28 de outubro de 2013

 

Poluição visual e paisagem urbana: quem lucra com esse caos?

Ao percorrer a cidade do Salvador, nos deparamos com situações que, aparantemente, parecem ter um determinado significado, principalmente quanto à organização dos equipamentos no espaço e configuração da paisagem urbana.
Como perceber essa paisagem, e transformá-la em lugar, se a sua leitura não é de fácil compreensão? 

No contexto urbano, os problemas ambientais, como a poluição visual, têm crescido a passos largos e um dos principais motivos disto é a desorganização espacial e a falta de cuidado e atenção com a estética urbana. Na verdade, a grande intenção do comércio e do setor industrial é a de chamar a atenção do consumidor a qualquer custo, sem a menor preocupação com a qualidade desta imagem. Além disso, a locação de pontos para a instalação de outdoors, parece ser um negócio bastante lucrativo e a produção de anúncios também. Não é a toa que a indústria de editorial e gráfica é uma das que mais tem crescido na cidade.



Quem parece não ganhar nada com isso é a própria cidade. As taxas devidas ao poder público não têm a mesma expressividade. Esta situação reflete-se fortemente na imagem da cidade, e na qualidade ambiental urbana dos centros terciários. Poluição visual, dificuldade de orientação, dificuldade de deslocamento nas ruas e nas calçadas, por uso indevido das mesmas. Nestas áreas, de interesse para a cidade (para o turismo), as intervenções deveriam adotar um caráter orientador, com concentração maior nos aspectos de segurança e circulação no espaço público. Nas demais áreas, alguns critérios deveriam ser estabelecidos para que a publicidade fosse dirigida para as questões de identificação dos estabelecimentos. Logicamente, não podem ser esquecidos, todos os atores envolvidos neste processo, que são muito mais do que comerciantes e empresas que produzem e controlam a locação dos outdoors na cidade.
 
É necessário uma legislação orientadora, uma fiscalização eficiente e, principalmente uma conscientização dos varejistas de que este tipo de propaganda e de espaço varejista não contribui para a melhoria da rentabilidade do seu negócio. Isso pode ser um primeiro passo para a mudança da situação hoje existente nos espaços urbanos.


Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.020/816.

Postagem publicada pela aluna Aires Maria

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